A relação entre geografia e qualidade da água é muito mais profunda do que parece. Uma das influências mais significativas é a altitude. Regiões montanhosas costumam abrigar fontes de água com características minerais únicas, especialmente em relação ao silício. Este mineral, essencial para a saúde humana, está presente em diversas águas minerais de altitude elevada, e sua concentração pode variar conforme fatores geológicos e climáticos. Neste artigo, vamos explorar como a altitude afeta a composição mineral da água, com foco especial no silício.
O Silício na Água Mineral: Função e Benefícios
O silício é um oligoelemento essencial que desempenha papel importante na formação de colágeno, fortalecimento ósseo, elasticidade da pele, sistema imunológico e desintoxicação de metais como o alumínio. Na água, ele se apresenta geralmente na forma de ácido ortossilícico, que é altamente biodisponível. A ingestão regular de águas ricas em silício tem sido associada à prevenção do envelhecimento precoce, melhora da saúde articular e proteção cerebral.
Geologia de Montanhas e Formação de Águas Ricas em Silício
Regiões montanhosas geralmente possuem formações geológicas antigas, compostas por rochas vulcânicas ou graníticas. Essas rochas são ricas em silicato, que é a principal fonte de silício na água mineral. Com o passar do tempo, a água das chuvas penetra no solo e reage com essas rochas, dissolvendo lentamente os minerais e enriquecendo-se com silício. Esse processo natural é mais eficiente em altitudes elevadas devido a fatores como pressão, temperatura e a menor contaminação ambiental.
Como a Altitude Interfere na Composição Mineral da Água
A altitude influencia diretamente o processo de mineralização da água por meio de três aspectos principais:
- Temperatura e pressão atmosférica: Em altitudes elevadas, a temperatura mais baixa e a pressão reduzida facilitam a absorção de certos minerais.
- Tempo de filtração: A água de montanha percorre longos caminhos subterrâneos, o que proporciona mais tempo para a interação com rochas silicáticas.
- Baixa contaminação antrópica: Regiões montanhosas geralmente estão mais afastadas da poluição urbana e industrial, mantendo a pureza da água.
Essas condições tornam a água de fontes montanhosas mais rica em silício quando comparada a fontes localizadas em áreas de baixa altitude.
Exemplos de Regiões Montanhosas com Águas Ricas em Silício
- Chateldon, França: Localizada no Massif Central, essa água mineral tem alto teor de silício e história ligada à nobreza francesa.
- Cacilhas, Portugal: Fonte situada na Serra de Sintra, famosa pela qualidade mineral e concentração elevada de silício.
- Lindoya, Brasil: Na Serra da Mantiqueira, diversas fontes apresentam teor de silício de 17 mg/L, como é o caso da Lindoya Joia.
- Fontes Japonesas: Regiões como Nagano e Hokkaido possuem fontes de altitude com silício em destaque.
- Fontes Alpinas (Suíça, Itália): Várias águas engarrafadas na região alpina apresentam silício natural devido às formações rochosas locais.
Estudos Científicos Sobre Altitude e Qualidade Mineral da Água
Pesquisas em geociências e hidrogeologia têm demonstrado que fontes de água situadas a mais de 800 metros de altitude têm maior probabilidade de conter teores relevantes de silício. Estudos laboratoriais mostram diferenças claras entre águas de baixa altitude (0-200 m) e aquelas acima de 1000 metros, não apenas em silício, mas também em outros minerais como magnésio e bicarbonato.
O Que Considerar ao Escolher uma Água de Montanha Rica em Silício
- Teor de silício nos rótulos: Idealmente acima de 20 mg/L para efeitos fisiológicos relevantes.
- Forma biodisponível: Procure por informações sobre o ácido ortossilícico.
- Procedência da fonte: Dê preferência às fontes naturais certificadas e de regiões montanhosas.
Concluindo, a altitude é um fator determinante na qualidade mineral da água, especialmente no que diz respeito ao silício. Fontes localizadas em regiões montanhosas apresentam condições ideais para a formação de águas puras, ricas em minerais essenciais. Ao escolher uma água para consumo regular, vale a pena considerar sua origem e o teor de silício, aproveitando os benefícios que a natureza em altitudes elevadas tem a oferecer.
Referências Bibliográficas
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- Reffitt, D. M., et al. (1999). Silicon absorption from dietary sources. American Journal of Clinical Nutrition.
- World Health Organization (2011). Silicon in Drinking-water: Background document for development of WHO Guidelines for Drinking-water Quality.
- Ministério da Saúde do Brasil. Portaria de Consolidação nº 5/2017.
- Instituto Geológico e Mineiro de Portugal. Relatórios técnicos sobre composição de águas minerais.
- Santos, F. R., & Lima, J. R. (2022). Análise geoquímica de águas minerais brasileiras. Revista Brasileira de Geociências.
