Comparativo Global: Níveis de Silício nas Águas da Europa, América e Ásia

O silício, frequentemente esquecido quando falamos em minerais essenciais, tem ganhado destaque nos últimos anos por seu papel crucial na saúde óssea, na elasticidade da pele e na integridade de tecidos conjuntivos. Uma das formas mais biodisponíveis de silício para o organismo humano é aquela presente naturalmente na água potável. Com isso, a análise dos níveis de silício nas águas ao redor do mundo torna-se não apenas uma curiosidade geográfica, mas um fator importante para a saúde pública e para o bem-estar populacional.

Este artigo realiza um comparativo global entre os níveis de silício nas águas da Europa, América e Ásia, apontando as diferenças regionais, suas possíveis causas e as implicações para o consumo humano.


A Importância do Silício na Água Potável

O silício é encontrado na água, principalmente na forma de ácido ortossilícico (Si(OH)₄), que é a forma solúvel e biologicamente ativa absorvida pelo corpo humano. A ingestão contínua de água rica em silício pode contribuir para:

  • Estímulo à produção de colágeno;
  • Manutenção da densidade óssea;
  • Redução de processos inflamatórios;
  • Prevenção do envelhecimento precoce da pele;
  • Fortalecimento de unhas e cabelos.

Por isso, o conteúdo de silício na água mineral ou potável não deve ser subestimado. Diversos estudos têm demonstrado que populações que consomem águas com níveis mais altos de silício apresentam melhores indicadores de saúde em vários aspectos, especialmente relacionados ao envelhecimento saudável.


Europa: Riqueza Mineral nas Fontes Naturais

As águas europeias, especialmente aquelas oriundas de regiões montanhosas e vulcânicas, frequentemente apresentam níveis elevados de silício. Países como França, Itália, Alemanha, Suíça e Islândia são conhecidos por suas águas minerais ricas em ácido ortossilícico.

Por exemplo:

  • França (Águas Volvic): 32,2 mg/L de silício;
  • Itália (San Pellegrino): 6,9 mg/L;
  • Alemanha (Gerolsteiner): 35 mg/L;
  • Islândia (Icelandic Glacial): 23,4 mg/L.

Além disso, o clima temperado e a presença de rochas vulcânicas favorecem a solubilização de minerais como o silício nas fontes naturais. A cultura de consumo de águas minerais engarrafadas na Europa também contribui para uma ingestão regular de silício.


América: Grandes Contrastes Entre Regiões

Na América, os níveis de silício na água variam bastante entre os países e até mesmo entre regiões de um mesmo país. No geral, as águas da América do Sul tendem a apresentar valores mais baixos de silício, com algumas exceções. Já na América do Norte, há uma diversidade maior, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá, onde o solo e a geologia favorecem a presença de silício.

Exemplos incluem:

  • Brasil: varia entre 2 e 15 mg/L, com exceções como Lindoya Joia, que chega 17 mg/L;
  • Chile e Argentina: níveis geralmente inferiores a 5 mg/L;
  • EUA (Crystal Geyser, Califórnia): cerca de 20 mg/L;
  • Canadá (Eska Water): 15 mg/L.

A presença de silício nos sistemas públicos de abastecimento também varia de acordo com o tratamento da água e o tipo de aquífero. Muitos municípios utilizam fontes superficiais pobres em minerais, o que pode reduzir a concentração final de silício.


Ásia: Silício em Águas Termais e Volcânicas

Na Ásia, especialmente em países como Japão, China, Coreia do Sul e regiões do Sudeste Asiático, as águas termais e de origem vulcânica representam fontes significativas de silício biodisponível. O Japão se destaca por uma cultura milenar de uso terapêutico de águas termais ricas em minerais, incluindo o silício.

Exemplos:

  • Japão (águas termais de Beppu): até 60 mg/L de silício;
  • China (regiões montanhosas): média entre 20 e 30 mg/L;
  • Índia: águas minerais com cerca de 12 a 25 mg/L;
  • Indonésia e Filipinas: valores acima de 30 mg/L em áreas vulcânicas.

Essas concentrações estão associadas à atividade geotérmica e à presença de rochas ricas em sílica no subsolo asiático. Além disso, muitas dessas fontes são usadas tradicionalmente por suas propriedades medicinais.


Comparação Direta dos Níveis de Silício

RegiãoPaís/CidadeNível de Silício (mg/L)
EuropaAlemanha (Gerolsteiner)35
EuropaFrança (Volvic)32,2
América NorteEUA (Crystal Geyser)20
América SulBrasil (média)5 a 15
ÁsiaJapão (Beppu)até 60
ÁsiaChina (montanhas)20 a 30

Fatores que Influenciam a Presença de Silício na Água

Os níveis de silício nas águas ao redor do mundo são influenciados por uma série de fatores geológicos e ambientais:

  1. Origem da água – Fontes subterrâneas profundas tendem a ter mais silício.
  2. Tipo de solo – Solos vulcânicos e graníticos liberam mais sílica na água.
  3. pH e temperatura – A solubilidade do silício aumenta com o pH levemente ácido e em temperaturas moderadas.
  4. Tratamento da água – Processos industriais podem remover parte dos minerais presentes na fonte original.

O Que Isso Significa Para Sua Saúde?

A biodisponibilidade do silício é maior quando consumido em água do que em alguns alimentos ou suplementos, já que o ácido ortossilícico é diretamente absorvido pelo trato gastrointestinal. Por isso, escolher uma água mineral com bom teor de silício pode fazer diferença na rotina de quem busca saúde da pele, das articulações e do sistema imunológico.

Vale lembrar que o consumo regular de cerca de 20 a 30 mg de silício por dia é considerado ideal para manutenção da saúde, especialmente após os 40 anos, quando os níveis corporais começam a diminuir.


Portanto o conteúdo de silício nas águas potáveis varia significativamente entre Europa, América e Ásia. Enquanto países europeus e asiáticos oferecem naturalmente águas ricas em ácido ortossilícico, muitas regiões americanas ainda dependem de fontes com menor concentração.

A escolha consciente da água que consumimos pode representar uma estratégia simples, natural e eficaz para fortalecer a saúde e retardar os efeitos do envelhecimento. Considerando as diferenças regionais, vale observar os rótulos e priorizar águas com teores superiores a 15 mg/L de silício.


Referências Bibliográficas

  1. World Health Organization (WHO). Silicon in Drinking Water: Background document for development of WHO Guidelines for Drinking-water Quality. Geneva: WHO, 2004.
  2. Evian. Composição mineral da água Evian. Site oficial da marca. Acesso em maio de 2025.
  3. San Pellegrino. Dados técnicos e composição mineral. Site oficial da marca. Acesso em maio de 2025.
  4. Agência Nacional de Águas – ANA. Qualidade das Águas Minerais do Brasil – Relatório Técnico, 2022.
  5. Lindoya Joia. Composição mineral. Site oficial da marca. Acesso em maio de 2025.
  6. Japan Ministry of Health, Labour and Welfare. Mineral Composition of Bottled Waters in Japan, relatório técnico, 2021.
  7. U.S. Geological Survey (USGS). Chemical composition of bottled waters in the United States, 2020.

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